Mãe Ilha
Nessa manhã as garças não voaram E dos confins da luz um deus chamou. Docemente teus cílios se fecharam Sobre o olhar onde tudo começou. A terra uivou. Todas as cores mudaram O mar emudeceu. O ar parou. Escuros véus de pranto o sol taparam De azáleas lívidas a ilha se cercou. A que pélago o esquife te levava? Não ao termo. A não chorar os mortos. Teu sumo espiritual florido ensina. E se o mundo em ti principiava, No teu mistério entre astros absortos, Suavemente, ó mãe, tudo termina. Natália Correia