o olhar
O teu lugar é
onde olhos te olham.
Tu nasces
onde os olhos se encontram.
Suspensa por um chamar,
sempre a mesma voz,
parece haver só uma
com que todos chamam.
Caías,
mas não cais.
Olhos te prendem.
Tu existes
porque olhos te querem,
olham-te e dizem
que tu existes.
Hilde Domin
- Nascida no ano de 1909, em Colônia, Hilde Domin começou a escrever poemas somente a partir de 1951, quando já se encontrava exilada na República Dominicana, país que a fez adoptar o sobrenome do pseudónimo, em substituição a Palm, que ganhou quando casara.
Devido à distância entre os idiomas e ao facto de não ter uma boa divulgação em língua portuguesa, Domin ainda é nome de restrito prestígio .
Na Alemanha, entretanto, não se pode contornar a poeta quando se fala de pós-guerra. Ao lado de Paul Celan, Rose Ausländer, Ingeborg Bachmann, entre outros, Domin se concentra, em sua obra, nos temas do exílio – a língua estrangeira, a perda da terra natal, os choques e encontros culturais.
Essa mulher extraordinária e fora do tempo, imersa na memória da devoção por Saint-Exupéry, era Hilde Domin – uma singularíssima poeta alemã que o crítico Marcel Reich-Ranicki colocou fora das duas grandes correntes da poesia germânica:
a «solene, sacerdotal, sacra» (de Hölderlin a Paul Celan) e a «profana e racional» (de Schiller a Brecht).
Escreveu, ademais, prosa e ensaios, destacando-se o “Wozu Lyrik heute?” [Para quê poesia hoje?]. Ganhadora de diversos prémios literários e traduzida para mais de vinte idiomas, Domin faleceu em Heidelberg no mês fevereiro de 2006.
onde olhos te olham.
Tu nasces
onde os olhos se encontram.
Suspensa por um chamar,
sempre a mesma voz,
parece haver só uma
com que todos chamam.
Caías,
mas não cais.
Olhos te prendem.
Tu existes
porque olhos te querem,
olham-te e dizem
que tu existes.
Hilde Domin
- Nascida no ano de 1909, em Colônia, Hilde Domin começou a escrever poemas somente a partir de 1951, quando já se encontrava exilada na República Dominicana, país que a fez adoptar o sobrenome do pseudónimo, em substituição a Palm, que ganhou quando casara.
Devido à distância entre os idiomas e ao facto de não ter uma boa divulgação em língua portuguesa, Domin ainda é nome de restrito prestígio .
Na Alemanha, entretanto, não se pode contornar a poeta quando se fala de pós-guerra. Ao lado de Paul Celan, Rose Ausländer, Ingeborg Bachmann, entre outros, Domin se concentra, em sua obra, nos temas do exílio – a língua estrangeira, a perda da terra natal, os choques e encontros culturais.
Essa mulher extraordinária e fora do tempo, imersa na memória da devoção por Saint-Exupéry, era Hilde Domin – uma singularíssima poeta alemã que o crítico Marcel Reich-Ranicki colocou fora das duas grandes correntes da poesia germânica:
a «solene, sacerdotal, sacra» (de Hölderlin a Paul Celan) e a «profana e racional» (de Schiller a Brecht).
Escreveu, ademais, prosa e ensaios, destacando-se o “Wozu Lyrik heute?” [Para quê poesia hoje?]. Ganhadora de diversos prémios literários e traduzida para mais de vinte idiomas, Domin faleceu em Heidelberg no mês fevereiro de 2006.
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