A propósito de "A Sombra da Romã" - um Inédito em "CASAL DAS LETRAS"

Inédito

O TORMENTO DA NEVE


Numa cadeira de rodas que não rodava
Vi uma mulher coroada por uma montanha de neve.
Na relva do tapete uma criança de joelhos
Com um pássaro morto no centro da cabeça.
É ela que escreve esta página suja de terra
Com pancadas vivas de violência de sangue e uma gazela.
Não sei se Deus estava presente ou chorava
Mas as janelas sem estrelas e esta beleza sem nexo
Gritaram ouro cortado entre os dedos e o sexo
Cuspiram enxofre para dentro do poema.



Maria Azenha



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Grandes são os desertos

visitações , ou o poema que se diz manso

A Dimitris Christoulas, em Atenas, Abril de 2012