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A mostrar mensagens de janeiro, 2009

NATURALEZA ORIGINARIA

El pequeño lago transparente de cristalinas aguas. Refleja las blancas nubes y el azul del cielo. Interrogado el lago por la pureza de sus aguas respondió: Renovándome constantemente conservo la Naturaleza Originaria. Chu-Shi Poeta Chino Dinastía Sung

poesia budista

Prefiero poemas que son pequeñas visiones budistas momentos de conciencia textos, que suben rápido a la mente saco la puntuación y llego al Nirvana Robert Gurney -St. Albans, Inglaterra- Do livro" El cuarto oscuro y otros poemas" (febrero, 2008)

omar khayam (Pérsia,1048 a 1131)

Na Primavera, gosto de me sentar na orla de um campo florido. E, quando uma bela rapariga me traz uma taça de vinho, não me importa nada a minha salvação. Se eu tivesse essa preocupação, valeria menos que um cão. Ninguém pode compreender o que é misterioso. Ninguém é capaz de ver o que ocultam as aparências. As nossas moradas são provisórias, excepto a última: a terra. Bebe vinho! Basta de palavras supérfluas. A tua vida não terá sido inútil, se tiveres enxertado no teu coração a rosa do Amor ou se tiveres procurado ouvir a voz de Alá ou ainda se tiveres empunhado a tua taça sorrindo ao prazer. Dizem-me:«Não bebas mais, Khayyam!» Eu respondo: Quando bebo, ouço o que me dizem as rosas, as túlipas e os jasmins. Escuto mesmo aquilo que não pode dizer-me a minha bem-amada. Retóricos e silenciosos sábios morreram sem terem podido entender-se sobre o ser e o não ser. Ignorantes, meus irmãos, continuemos a saborear o sumo dos cachos e deixemos esses grandes homens regalarem-se de uva-passas.

Edgar Allan de Poe

"Os que sonham de dia sabem muitas coisas que escapam aos que sonham de noite" Edgar Allan de Poe

história das palavras

As mulheres e os homens estavam espalhados pela Terra. Uns estavam maravilhados, outros tinham-se cansado. Os que estavam maravilhados abriam a boca, os que se tinham cansado também abriam a boca. Ambos abriam a boca. Houve um homem sozinho que se pôs a espreitar esta diferença - havia pessoas maravilhadas e outras que estavam cansadas. Depois ainda espreitou melhor: Todas as pessoas estavam maravilhadas, depois não sabiam aguentar-se maravilhadas e ficavam cansadas. As pessoas estavam tristes ou alegres conforme a luz para cada um - mais luz, alegres - menos luz, tristes. O homem sozinho ficou a pensar nesta diferença. Para não esquecer, fez uns sinais numa pedra. Este homem sozinho era da minha raça - era um Egípcio! Os sinais que ele gravou na pedra para medir a luz por dentro das pessoas, chamaram-se hieróglifos. Mais tarde veio outro homem sozinho que tornou estes sinais ainda mais fáceis. Fez vinte e dois sinais que bastavam para todas as combinações que há ao Sol. Este homem soz

ode a fernando pessoa

ODE A FERNANDO PESSOA Tu que tiveste o sonho de ser a voz de Portugal tu foste de verdade a voz de Portugal e não foste tu! Foste de verdade, não de feito, a voz de Portugal. De verdade e de feito só não foste tu. A Portugal, a voz vem-lhe sempre depois da idade e tu quiseste aceitar-lhe a voz com a idade e aqui erraste tu, não a tua voz de Portugal não a idade que já era hoje. Tu foste apenas o teu sonho de ser a voz de Portugal o teu sonho de ti o teu sonho dos portugueses só sonhado por ti. Tu sonhaste a continuação do sonho português somados todos os séculos de Portugal somados todos os vários sonhos portugueses tu sonhaste a decifração final do sonho de Portugal e a vida que desperta depois do sonho a vida que o sonho predisse. Tu tiveste o sonho de ser a voz de Portugal tu foste de verdade a voz de Portugal e não foste tu! Tu ficaste para depois e Portugal também. Tu levaste empunhada no teu sonho a bandeira de Portugal vertical sem pender pra nenhum lado o que não é dado pra por

BASTA!

Nas ruas envermelhadas pelo sangue de tanta gente andam vidas obrigadas a ver a morte de frente. É o sionismo em acção. Nem olha a meios, pensando que só pode ter razão se mais gente for matando. E a pobre Palestina, que foi Terra Prometida, em vez de Paz tem ruína e uma guerra fratricida. Porque quem foi perseguido em tempos que já lá vão prefere estar só, consigo, a juntar-se ao Povo Irmão! 6 de Janeiro de 2009, Sérgio O. Sá mais referências

de repente

na casa da minha infância ouço passos de anos cá dentro espreitam as janelas as árvores e um balouço a dar à corda com a tábua do assento para lá e para cá numa mingua qualquer de vento não sei olhar senão por um olhar fundo de câmara lenta sentindo o calor das sombras de hastes inseguras sentindo as árvores folheando ao tempo só o silêncio pressinto nem um cão ladra não há passagem de ninguém nem de outro bicho ou de outra gente mas há uma fotografia que se completa tão longe tão nítida na folhagem do arvoredo doce de descanso chego a mim e não dou pelo meu rosto inclinado para o passado com uma trégua com o movimento escrito com os meus olhos perdidos no balouço ainda ouço um grito um enorme grito de espanto eu ando e vagueio por aí e estou distante José Ribeiro Marto José Ribeiro Marto