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A mostrar mensagens de março, 2011

ESTE SERÁ MEU CUMPRIMENTO

acabaram meus cigarros dinheiro tenho pouco nem uma pessoa influente de poder conheço não levarei ninguém a qualquer promoção portanto, não leia este verso este poema como um meio, por ele – que sou eu – não chegará a nenhum futuro brilhante nem a ocupar um cargo de bom salário ou daqueles de excelentes aparências. não tenho nem como trocar favores não tenho nada que lhe possa interessar se for por isso nem mesmo um minuto vale perder comigo. não precisa de discrição, afasta-se rápido finja em qualquer lugar que passo despercebido. muitos conhecidos pensam em me querer - no mínimo do que tenho. mas não tenho nada, nem o mínimo nem mesmo um verso rimado não tenho o que oferecer pode pensar que me ver é avistar um rosto de dia de semana um rosto de olhar cansado o trajeto de uma terça-feira sim, sou um dia de semana arrastado sem uma ninharia. melhor, então, é me deixar jogado num canto prometo que a partir de hoje logo que alguém falar comigo antes de to

Cai uma folha no poente

Cai uma folha no poente destes dias O que era nítido torna-se difuso Babel renasce em cinzas de um deserto próprio E o vento busca em vão uma harmonia A solidão é em mim um oásis às avessas Lutando em vão contra a miragem certa Amélia Pais http://barcosflores.blogspot.com/

José Saramago

O Gabriel García Márquez dizia que escrevia para que gostassem dele. É possível. É mais exacto dizer que a gente escreve porque não quer morrer. Ser amado pelo outro não está na nossa mão; podemos escrever para que isso aconteça, e depois acontecerá ou não. Já que temos que morrer, que alguma coisa fique. Não é imortalidade… isso seria um disparate. Trata-se de um reconhecimento por algum tempo mais. In José Saramago nas Suas Palavras