poema XXII- maria costa
há uma agitação sobre todas as coisas
penso na mulher que sai de casa ainda escuro
com a manhã escondida no avental
e vai pela beira dos campos acordar as águas
no orvalho das ervas escreve as marcas do seu passar
dentro do pensar revolvendo a manhã
– a libertação do fogo adormecido sob a terra -
a pedra abre-se no espaço,
como a mão quando se estende para cair
um lugar merecido para quem já caminhou muito
e só deseja ser abençoada antes de dormir
maria costa
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fiar
o
dia