mesa de solidão


Mortas na boca as palavras demoram
A refluir aos lábios

Elas esperam que o Amor as ajude
Que o Amor lhes sirva
De ponte

Que o Amor lhes dê a conhecer
A boca que as espera


A ofegante boca que as espera .


RAUL DE CARVALHO
RAUL DE CARVALHO



Poeta português, natural do Alvito. Foi colaborador das revistas Távola Redonda e Árvore e Cadernos de Poesia, que, na década de 50, conglomeravam de forma irregular, mas activa, poetas de várias sensibilidades. A obra deste poeta, onde se encontram evocações da sua infância alentejana, revela a sua ligação ao neo-realismo. A fidelidade ao humano e o estilo enumerativo e anafórico são marcas da sua poesia.

Os seus títulos englobam As Sombras e as Vozes (1949), Poesia, (1955), Mesa de Solidão (1955), Parágrafos (1956), Versos - Poesia II (1958), A Aliança (1958), Talvez Infância (1968), Realidade Branca (1968), Tautologias (1968), Poemas Inactuais (1971), Duplo Olhar (1978), Um e o Mesmo Livro (1984) e Obras de Raul de Carvalho — I — Obra Publicada em Livro (editada postumamente em 1993). Recebeu, em 1956, o Prémio Simón Bolívar, do concurso internacional de poesia realizado em Siena, Itália.Fonte da biografia: www.astormentas.com/

Comentários

dade amorim disse…
Belíssimo poema, Mariah.
Ainda não conhecia o poeta, um presente e tanto.
Obrigada pela publicação neste blog que valoriza um poema com seu visual.
Beijo!
RAUL DE CARVALHO
MESA DA SOLIDÃO

Belíssimo versos leio nesta noite.
Meus cumprimentos ao autor,
Efigênia Coutinho

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