versos tolos III


Às vezes me pergunto:__ O que vim fazer neste planeta?
Não encontro resposta. Sequer sei a música daquela tarde de
janeiro, num lugarejo chamado Olhos d'Água, no sertão das
Gerais, onde nasci, durante um temporal, numa tarde de verão.
Tantos momentos perdidos nas lembranças, tantas histórias
vividas. Outras tantas, inventadas
Algumas paixões de terra, tantas de árvores e estrelas.
E essa saudade de luas, pedras e oceanos.
__Tem uma rocha de poemas no olhar das minhas mãos.
Amanhã dito o poema final.
Às vezes as palavras traem o sentido, e desviam a rota do
navio que conhece os perfumes do coração.
Sou náufrago, com todos os barulhos, icebergs,
recifes e cantigas de corais perfumados.
__ O que vim fazer aqui neste planeta?
Sequer conheço a canção dos Salmos!
Conheço somente as palavras que levam os meus medos
para os templos da paixão.
Quem é vocè, mulher de prosas, versos livres e sonetos?
Muito prazer! O meu nome não diz nada!
Diz somente um estilhaço da poesia que me habita.
Grande mentira! Já não carrego a maca da esperança!
Cala a boca, poeta!
Deixa-me dormir em paz com os meus pesadelos!



© Nathan de Castro

enviado por José P. di Cavalcanti Jr.

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